sábado, 31 de maio de 2014

Diabetes em crianças x novos hábitos

O diagnóstico de diabetes em uma criança pode se tornar um fator de agregação da família dependendo da forma como ela lida com a nova condição, acredita a psicóloga Kátia Tarnapolsky Markenson, especializada em terapia familiar.

O processo de aceitação pode ser difícil para a criança com diabetes e, algumas vezes, ainda mais complicado para a família, que também é impactada pelas mudanças decorrentes da situação. “A criança está crescendo e, conforme a faixa etária, está adquirindo autonomia e o diabetes chega como um veículo que vem na contramão, exigindo muita atenção”,diz a psicóloga.


No caso do diabetes, Kátia considera que o fato de muitas vezes o diagnóstico chegar inesperadamente e a necessidade de mudar os hábitos da criança e da família da noite para o dia tornam o processo de aceitação ainda mais gradual. “Algumas mudanças podem ser necessárias de imediato, como o controle glicêmico ou o uso de medicamentos, deixando pouco espaço e tempo para muitas negociações. Outras podem ser feitas com a participação da criança e da família, como a elaboração de um novo cardápio e a construção de novos hábitos alimentares” explica a terapeuta.

Tornar mais tranquila essa fase inicial de adaptação depende também de como a família consegue reajustar ou construir novos padrões de interação entre seus membros. Ela defende a ideia de que, passados os primeiros momentos, o caminho  mais confortável é que todos os membros da família consigam  reconhecer  estar vivenciando uma grande modificação em sua rotina, ajudando um  ao outro na adaptação  a uma realidade nova. A criança passa a precisar de alguns cuidados e ter necessidades diferentes, e a colaboração e a participação da família são fundamentais. 

Segundo Kátia, não é necessário que os novos hábitos sejam estendidos aos demais membros da família. “Participar e apoiar não significa eliminar as diferenças entre irmãos,  pois as necessidades  são distintas.”

“No início a preocupação da família com o controle e a proteção à criança podem ficar exagerados. No entanto, o natural é que com maior conhecimento e domínio da nova situação, bem como o suporte médico adequado, as famílias se reorganizem, absorvendo a novidade sem maiores conflitos”, conclui a terapeuta.

domingo, 25 de maio de 2014

Cuidado com os excessos



Higiene íntima é fundamental, faz bem à saúde, é agradável, nos transmite segurança e frescor. Mas, como tudo na vida, quando em excesso pode fazer mal. O ginecologista e diretor científico da Sogesp Dr. Paulo César Giraldo explica que a higiene íntima deve ser adequada, sem pecar pelo excesso nem pela falta. “Se a mulher não fizer uma higiene adequada haverá acúmulo de células mortas, bactérias, resíduos de urina, e tudo isso irrita a região genital. Por outro lado, a higiene excessiva promove o ressecamento e a formação de fissuras”, diz Giraldo.


Hora do banho

O banho é um momento de carinho consigo mesma, de cuidado. Esse cuidado se estende à nossa região íntima e começa já na escolha do sabonete. “A vulva tem um pH ácido e é colonizada por lactobacilos, bactérias que formam uma barreira contra micro-organismos prejudiciais”, descreve o ginecologista. Pra preservar essa proteção natural, o ideal é utilizar um sabonete íntimo com pH adequado. “Se a mulher usar um sabonete bactericida, com pH alcalino ou um sabonete com muita ação detergente, vai perder a proteção natural da pele”, explica Paulo.
Nada de duchas vaginais, elas só podem ser feitas em alguns casos, quando seu médico prescrever. Agora, na região externa, pode caprichar. Lave cuidadosamente cada dobrinha. "O foco da limpeza deve se resumir ao monte púbico, à pele da vulva, à raiz das coxas, à região perianal — entre a vulva e o ânus — e ao interior dos grandes e dos pequenos lábios", ensina Paulo Giraldo. 

Não precisa ser uma lavagem a jato. “O tempo ideal fica entre 2 a 3minutos”, explica o ginecologista. Menos de 2 minutos é pouco para acessar todas as dobras, mas não ultrapasse os 3 minutos. Cuidado também com a temperatura da água. Água muito quente resseca e traumatiza a pele delicada da região. “O excesso prejudicial na higiene pode estar relacionado com muito tempo, muito trauma, produtos com muita ação detergente ou com pH alcalino”, diz o especialista.

Seque bem a região com uma toalha macia. O excesso de umidade por tempo prolongado também não faz bem.

Após transpiração intensa e exercícios físicos, também é recomendada a higienização. Se não for possível o banho no decorrer do dia, você pode lançar mão dos lenços umedecidos.

Cuide-se bem

O Dr. Paulo Giraldo nos dá mais algumas dicas para manter a região íntima saudável:

Cuidado com o papel higiênico. Escolha os mais macios, aqueles muito secos podem traumatizar a região.

Atenção à depilação. O ideal é aparar os pelos para não haver acúmulo de resíduos. 

Evite usar calcinha ou calça muito apertadas, pois dificultam a oxigenação no local.

O uso de protetores diários de calcinha pode ser interessante, mas escolha a versão respirável, sem plástico embaixo.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mers: entenda por que essa doença preocupa o mundo


Após os Estados Unidos confirmarem os primeiros casos da Síndrome Respiratória do Oriente Médio, surge a dúvida: ela vai chegar ao Brasil? Fique por dentro do caso.



Um novo vírus está despertando a atenção de pessoas do mundo inteiro: o Mers-CoV. Ele é o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio, doença que mata de 30 a 40% dos pacientes hospitalizados. No início de maio, esse agente infeccioso - que surgiu em 2012 na Arábia Saudita - chegou aos Estados Unidos por meio de indivíduos que haviam viajado ao epicentro do problema. Daí o motivo pelo qual muitos estão se perguntando se ele também pode se espalhar para outras regiões. O vírus já deu as caras em outros países do Oriente Médio, como Catar, Líbano e Emirados Árabes Unidos, além de ter chegado à Europa (França, Itália e Reino Unido).

O tamanho do problema
O governo da Arábia Saudita relatou um aumento no registro de casos da doença nos últimos meses. Desde 2012, foram 139 mortes e 480 indivíduos infectados ali. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2014 foram confirmados 28 episódios de pacientes contaminados pelo Mers-CoV em todo o mundo - desses, dez resultaram em mortes.
O vírus foi encontrado em camelos, mas a forma de contágio entre seres humanos ainda não foi totalmente estabelecida. "Mas sabe-se que ela pode ocorrer em um contato próximo", diz a médica Nancy Bellei, da Sociedade Paulista de Infectologia.
Para complicar, nem todos os infectados apresentam sintomas - e não dá para saber se, nesses casos, o vírus continua sendo propagado. Quando a doença se manifesta, porém, o sinais costumam ser falta de ar, febre e um mal-estar geral. Em alguns casos, a dificuldade de respirar se intensifica e o indivíduo tem de ser internado. É que o vírus causa uma senhora agressão às vias aéreas e aos pulmões.
Há risco de uma epidemia mundial?
Essa questão tem preocupado autoridades em saúde pública de todo o globo, inclusive no Brasil. Para Nancy, que também é professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo, o risco de a doença se espalhar pelo planeta é baixo. "Nos países da Europa e mesmo nos Estados Unidos, o número de casos foi pequeno e o problema, controlado", avalia.
Ela ressalta que, para prevenir uma epidemia, é fundamental que os indivíduos infectados sejam isolados e não tenham contato com outros pacientes em hospitais. "No Oriente Médio os casos têm aumentado provavelmente devido a uma dificuldade nesse controle", opina a especialista.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2013, três casos suspeitos de infecção associada ao Mers-CoV foram investigados em São Paulo. Felizmente, os testes deram negativos para o coronavírus. Mesmo assim, caso você viaje para o Oriente Médio, a recomendação dos especialistas é ficar atenta e se cuidar.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Corrimento: saiba identificar quando ele indica alguma doença

Aquela secreção que aparece na calcinha pode sinalizar encrencas sérias. Conheça os problemas por trás disso e aprenda a diagnosticá-los.



É normal?
Notar na calcinha, durante alguns dias, um líquido de coloração esbranquiçada ou transparente tudo bem. Trata-se de uma umidade natural, que pode estar relacionada a diversos mecanismos do aparelho genital feminino. "Durante a ovulação e no período pós-ovulatório, há uma produção aumentada dessa secreção", explica o ginecologista Claudio Bonduki, professor da Universidade Federal de São Paulo. Outros fatores são a descamação da parede vaginal e também a transudação - uma espécie de suor da mucosa da vagina.
No entanto, embora tudo isso esteja de acordo com as leis da natureza, é necessário prestar atenção quando há mudanças no aspecto. "Se sentir mau cheiro, coceira ou ardor ao urinar, e notar que a secreção está contínua, procure um médico", orienta o ginecologista Paulo César Giraldo, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista. Esses podem ser sinais de problemas graves. Conheça alguns deles a seguir:

Vaginose bacteriana
Como é o corrimento: líquido, de coloração branca ou cinza e com odor forte, semelhante ao de peixe estragado.
O que é: uma proliferação de bactérias anaeróbicas, isto é, que se desenvolvem na ausência de oxigênio. Está ligada a fatores que interferem na flora vaginal, como o uso de antibióticos e o estresse.

Candidíase
Como é o corrimento: não apresenta odor. É espesso (com aparência leitosa), de cor branca e costuma vir acompanhado de coceira e ardor.
O que é: infecção causada pelo fungo Candida albicans. É provocada por um desequilíbrio da flora vaginal, que pode ter entre as suas causas o uso prolongado de medicamentos como pílula anticoncepcional, antibiótico e corticoide. Roupas apertadas e quentes, que dificultam a transpiração da região íntima, também abrem portas para que a candidíase se instale.

Tricomoníase
Como é o corrimento: de aspecto espumado, sua cor é amarelo-esverdeada, tem mau cheiro e tende a provocar ardor ao urinar
O que é: uma infestação pelo protozoário Trichomonas vaginalis – é uma doença sexualmente transmissível.

Gonorreia
Como é o corrimento: é comum que não haja sintomas, mas um líquido amarelado e com pus pode aparecer em alguns casos.
O que é: doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Neisseria gonorrheae. Também é transmitida pela relação sexual.

 

Tratamentos

No caso da vaginose bacteriana, da tricomoníase e da gonorreia, é comum que o médico prescreva antibióticos. Já em relação à candidíase, a terapia é feita à base de antifúngicos em forma de creme ou comprimido.