sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Bom funcionamento intestinal pode evitar o aparecimento de doenças no futuro

Ter um bom funcionamento intestinal é fundamental para garantir a saúde do organismo. Quem não vai no banheiro com a frequência ideal e não evacua em quantidade suficiente pode ter problemas no futuro. "O mau funcionamento a longo prazo pode acarretar o aparecimento de constipação de difícil controle, uso inadequado de laxantes, podendo causar colite (inflamação do cólon), aparecimento de distúrbios anatômicos pélvicos por excesso de força, como retocele (pressão do reto junto ao assoalho da vagina), deslocamento retal e doenças anais, como hemorroidas, fissuras e até fístulas", aponta Sidney Klajner, gastroenterologista do hospital Albert Einstein.
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    Nosso intestino tem um ritmo que avisa o momento da evacuação e, se este aviso não for seguido, talvez só volte a acontecer no dia seguinte
Em casos mais graves, a constipação pode contribuir para o aparecimento de diverticulite (inflamação nos apêndices do cólon) e até obstruir o intestino, necessitando de uma cirurgia de emergência para liberar a passagem.

Além dos problemas de saúde, a prisão de ventre pode causar outros males, como desconforto intestinal, gases em excesso e cólicas pelo acúmulo de fezes. "O bom funcionamento do intestino evita o maior contato de substâncias carcinogênicas, isto é, que induzem ao aparecimento de câncer, com a mucosa intestinal, para não sobrecarregarmos o aparelho evacuatório na pelve com força excessiva", explica o gastroenterologista. "Enfim, o mau funcionamento acaba interferindo no próprio humor das pessoas", completa ele.

Um intestino que funcione a contento não significa, no entanto, que você tenha de ir ao banheiro todos os dias. Nesse quesito, não existe regra para o hábito intestinal. "A frequência pode variar de três vezes ao dia a três vezes por semana, dependendo da pessoa. O importante é que se tenha uma sensação de evacuação completa", explica o gastroenterologista Sender Miszputen, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

A evacuação tem de ser precedida por vontade de evacuar, não deve exigir esforço (força) e deve apresentar consistência pastosa.  "O simples fato de haver fezes em 'bolinhas' endurecidas, pode significar presença de constipação", diz Klajner.

Hoje em dia, é fácil achar quem tenha problemas para evacuar ou sinta que não vai ao banheiro tantas vezes quanto deveria - ou gostaria. "A vida moderna tem sido uma grande vilã para a saúde intestinal.  Estamos trabalhando em horários cada vez mais alargados, sem fazer as refeições com regularidade e tempo ideais, o que faz com que não tenhamos tempo para evacuar", alerta o médico do Albert Einstein.

Segundo ele, nosso intestino tem um ritmo que avisa o momento da evacuação e, se este aviso não for seguido, talvez só volte a acontecer no dia seguinte. "Aí, nós perdemos aquele dia de evacuação. No seguinte, as fezes já estarão mais ressecadas e com dificuldade maior para a evacuação", afirma ele.

Para evitar que isso aconteça, a orientação é respeitar o momento da evacuação, não inibindo a vontade. Nestes casos, as mulheres são as que mais sofrem, pois têm muita dificuldade de ir ao banheiro fora de casa, segundo revelou pesquisa da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

O consumo excessivo de comidas pobres em fibras, como as vendidas em fast-foods, e de produtos industrializados, aumenta ainda mais o problema. As fibras são essenciais para o bom funcionamento intestinal. De acordo com Carolina Daher Rolfo, nutricionista do hospital Albert Einstein, a American Dietetic Association (ADA), recomenda que um indivíduo sadio consuma de 20 a 35 gramas de fibra por dia (veja alimentos que ajudam o intestino no álbum abaixo).

A baixa ingestão de líquidos é outro fator que leva à prisão de ventre. Isso porque os líquidos ajudam a hidratar as fezes e melhorar sua consistência. "A ingestão de líquidos hidrata e amolece o bolo fecal, levando à redução do seu peso e facilitando o trânsito intestinal e a expulsão das fezes", diz Daher Rolfo. "Caso ocorra um baixo consumo hídrico, o indivíduo poderá apresentar efeitos adversos causados pelo consumo de fibras, entre estes, podemos observar desde a produção excessiva de flatulência e gases, até obstrução em qualquer parte do tubo digestivo", alerta a médica. O ideal é que se beba pelo menos dois litros de água por dia, sempre fora das refeições.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Pela primeira vez vacina tem eficácia parcial contra a dengue

Pela primeira vez, uma vacina demonstrou eficácia parcial contra a dengue, doença que infecta todos os anos até 100 milhões de pessoas, das quais meio milhão, sobretudo crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que pode ser letal.

Segundo um estudo publicado na edição desta terça-feira (11) da revista médica The Lancet, uma "vacina candidata" desenvolvida pela companhia farmacêutica francesa Sanofi Pasteur demonstrou eficácia de 30,2% em um teste de fase 2, realizado com 4.000 crianças da Tailândia.

O resultado pode parecer tímido, mas até hoje não há nem vacina, nem tratamento específico contra a dengue, doença provocada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, endêmica em todas as regiões tropicais e subtropicais do planeta.

O desenvolvimento de uma vacina contra a doença, também chamada de "gripe tropical", é considerado complexo porque não existe um, e sim quatro subtipos de vírus de dengue que circulam paralelamente.
"Nosso estudo representa a primeira prova de que uma vacina eficaz contra a dengue é possível", comentou um dos autores do artigo, doutor Derek Wallace, da Sanofi Pasteur.

Entratanto, em um primeiro momento, o teste (objeto de um primeiro comunicado da empresa farmacêutica em julho) se revelou decepcionante, com uma taxa de eficácia "menor do que a projetada", segundo o artigo.

Mas em um segundo momento, os pesquisadores se deram conta de que a vacina candidata, denominada "CYD-TDV", tinha sido perfeitamente eficaz contra três dos quatro subtipos do vírus.
Assim, a taxa de eficácia foi estabelecida entre 60% e 90% para os sorotipos DEN-1, DEN-3 e DEN-4. Apenas o vírus do sorotipo DEN-2 "resiste aos efeitos da vacina".

"Contra este sorotipo, nenhuma proteção foi obtida com este teste, apesar da imunogenicidade (reação imunológica) satisfatória", escreveram os pesquisadores da Sanofi, que assinam o artigo em conjunto com acadêmicos e clínicos tailandeses.

"Esta falta de eficácia junto ao DEN-2 (...) é surpreendente e deverá ser objeto de novas pesquisas", continuaram.

O especialista americano em dengue Scott Halstead se questionou sobre a eficácia final desta vacina "parcialmente eficaz", levando em conta o fato de que os quatro subtipos de vírus circulam paralelamente.
Será preciso utilizar "modelos matemáticos" para saber como esta vacina eficaz contra três dos quatro sorotipos "se comportará se for utilizada", indicou o especialista em comentário publicado na revista.

Enquanto aguarda, a Sanofi iniciou um teste mais amplo, agora com mais de 30 mil voluntários, em seu estudo de fase 3. Os voluntários foram recrutados em dez países de Ásia e América Latina.
O objetivo é testar a mesma "vacina candidata" em "diferentes contextos epidemiológicos" com a esperança de evidenciar um "benefício significativo".

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 e 100 milhões de pessoas são infectadas todos os anos com o vírus da dengue, das quais 500.000, sobretudo crianças, desenvolvem a forma hemorrágica, que costuma exigir hospitalização e ser fatal em 2,5% dos casos, em média.

"A incidência da dengue avançou de forma espetacular" nos últimos anos, reporta a OMS, destacando um aumento preocupante das transmissões em áreas urbanas e a expansão para áreas mais temperadas, como a Europa.

Segundo o artigo, o teste do Sanofi vai ao encontro dos objetivos estabelecidos pela OMS de reduzir à metade a mortalidade por dengue até 2020.



segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cientistas criam modelo que reproduz as conexões neurais de um rato

Um grupo de pesquisadores reconstruiu num modelo informático uma parte do córtex cerebral de um rato identificando as conexões entre os neurônios, um avanço considerado fundamental para entender o funcionamento do cérebro dos mamíferos, segundo um estudo divulgado esta semana.

"É um grande avanço, já que sem isso seriam necessárias décadas ou, inclusive, séculos para determinar o lugar de cada sinapse (conexões entre os neurônios) no cérebro", explicou Henry Markram, diretor do projeto batizado de "Blue Brain", da Escola Politécnica de Laussane, Suíça.

"A partir de agora será muito mais fácil construir modelos informáticos precisos", acrescentou o pesquisador, cujo trabalho foi publicado na Ata da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos (PNAS), em sua edição de 17 de setembro.

O objetivo do projeto, iniciado em 2005, é construir um cérebro virtual de um mamífero até 2018.

Um dos grandes desafios da neurociência é construir um mapa de sinapses entre os neurônios, um projeto que foi denominado "Connectome" e que permitirá explicar os fluxos de informação do cérebro, o que é considerado uma espécie de Santo Graal da pesquisa neste campo.

O cérebro humano conta com centenas de milhares de neurônios e um número infinitamente maior de sinapses.

Para reconstruir virtualmente em três dimensões um microcircuito do córtex cerebral do rato, os cientistas usaram dados obtidos durante 20 anos em amostras do tecido cerebral, nas quais foram determinadas a forma e as propriedades elétrica dos diferentes neurônios, as células do sistema nervoso cerebral.

Os pesquisadores traduziram, utilizando o supercomputador da IBM conhecido como Blue Gene, todas as propriedades biológicas para dados matemáticos para realizar assim um modelo de 10.000 neurônios conectados entre si, com 30 milhões de sinapses e vários quilômetros de fibras.

Dessa forma, constataram que a distribuição das sinapses virtuais do estudo correspondiam a de 75 a 95% do real no caso dos ratos, o que valida seu modelo.

 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Para evitar a enxaqueca, fique atento ao que coloca no prato

Mal que acomete cerca de 15% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), a enxaqueca pode ser amenizada com algumas dicas simples, como comer de forma correta. "Evitar a hipoglicemia, que é a diminuição do açúcar no sangue, alimentando-se em intervalos regulares, ajuda a barrar as crises", explica Isolda Prado, nutróloga da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia). "Evitar os extremos, como comer demais ou de menos, também ajuda", frisa a médica.

A enxaqueca tem um componente hereditário e é mais comum em pacientes com parentes que sofrem do mesmo problema. Entretanto, para o desenvolvimento da crise, é necessário que exista um gatilho ou uma influência ambiental. Um desses gatilhos pode estar no seu prato.

Alguns alimentos contêm substâncias que, quando ingeridas, desencadeiam ou pioram a dor de cabeça. "Para as pessoas que sofrem de enxaqueca, pode existir a sensibilidade para um ou outro alimento. O paciente deve procurar identificar ou associar a ingestão com o surgimento da crise, evitando a utilização daquele item", explica Prado.

Dormir mal e viver sob estresse são outros fatores que pioram a enxaqueca. Por isso, não é surpresa que a população em idade produtiva (entre 25 e 45 anos) é uma das mais acometidas por esse mal, segundo estudo feito pela SBCe e o hospital Albert Einstein. É justamente nesta fase da vida, quando se trabalha com bastante intensidade, que o estresse e as poucas horas de repouso tendem a virar rotina. Nestes casos, lançar mão de técnicas de relaxamento e estabelecer padrões regulares de sono podem ser boas formas de evitar novas crises.

Também chamada de migrânea, a enxaqueca é apenas um entre os mais de 150 tipos de dor de cabeça reconhecidas pela Sociedade Internacional de Cefaleia, e está entre as mais comuns dores de cabeça primárias, ou seja, aquelas que surgem espontaneamente, sem uma causa aparente.

Além da dor, os pacientes costumam apresentar outros sintomas durante a crise de enxaqueca, como fotofobia (sensibilidade à luz), fonofobia (sensibilidade ao som) e intolerância a odores (osmofobia). Outros sintomas frequentes são náuseas e vômito.

Algumas pessoas apresentam na fase que precede a crise de dor fenômenos neurológicos transitórios chamados de "aura". As mais frequentes são a percepção de manchas no campo visual, como linhas brilhantes ou em ziguezague, e sensação de dormência de um membro, geralmente nas pontas dos dedos, na língua ou nos lábios. Formas menos comuns incluem incapacidade temporária para falar (afasia) ou fraqueza (paresia) de um ou mais membros de um lado do corpo.

A enxaqueca pode durar de quatro a até 72 horas, se não for tratada. Se passar desse período sem melhora, pode ser necessária até uma internação. Tem intensidade moderada a intensa e a dor é descrita como latejante e unilateral (em apenas um dos lados da cabeça). 

Nos casos mais graves e frequentes, o tratamento inclui medicamentos para serem usados durante a crise e para evitá-las. Estes remédios devem ser prescritos pelo neurologista, que avaliará com mais precisão cada caso, após consulta médica. "Uma repetição das crises indica a necessidade de um tratamento preventivo", diz o neurologista Mario Peres, do hospital Albert Einstein.

Vale lembrar que o abuso no uso de analgésicos, comumente usados por conta própria para aliviar dores de cabeça, pode vir a agravar a enxaqueca, tornando-a a mais resistente a longo prazo. "A tomada exagerada de analgésicos, diariamente, pode agravar a dor de cabeça. Atenção especial aos analgésicos que contém cafeína", pontua Peres. Isso porque essa substância é também é um fator precipitante da enxaqueca, se consumida em excesso. Em seu site, a SBCe frisa que "analgésicos não tratam a enxaqueca, só aliviam a intensidade e duração das crises, depois que ela já se instalou".

 

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Cerca de 10% das mulheres precisam suspender a menstruação para acabar com a TPM, afirma ginecologista

"Hoje só sofre de TPM (Tensão Pré-Menstrual) quem quer", afirmou o ginecologista do Hospital Albert Eistein, José Bento de Souza, durante o 16º Congresso Brasileiro de Nutrologia. Suspender a menstruação é a solução indicada pelo médico quando nenhum tratamento consegue melhorar a tensão.
"Se a pessoa mudou a alimentação, fez atividades físicas e ainda assim as modificações hormonais permaneceram é preciso suspender a menstruação com pílulas anticoncepcionais ou método hormonal intrauterino", explica o ginecologista que afirmou que cerca de 10% das mulheres precisam seguir esse método para não sofrer com as modificações hormonais.
Considerada uma doença, toda mulher experimentará durante a fase reprodutiva, ao menos uma vez, uma modificação hormonal. Nos casos mais brandos da TPM, alguns tratamentos são indicados. "Sempre no começo é recomendado uma mudança dos hábitos alimentares, depois é indicado começar a fazer atividade física que aumenta os níveis de serotonina", afirma Souza, que também cita outros métodos de tratamento como meditação e acupuntura.

Tipos de TPM

Souza apresentou os quatro tipos mais comuns da TPM, que é causada pelo desequilíbrio de hormônios que afetam o cérebro. “Mas isso não quer dizer que quem tem um tipo não terá o outro. Ela pode apresentar sintomas de todo os tipos ou variá-los a cada menstruação”, explica.
Os sintomas do primeiro tipo são: ansiedade, irritabilidade e oscilação de humor. Portanto, é necessário evitar alimentos como café, refrigerante à base de cola, gordura animal, álcool e chocolate. "Se a mulher consegue se controlar até pode comer um tablete pequeno já que o chocolate tem magnésio e ela precisa do mineral durante essa fase."
O médico afirma que alimentos como pães a base de farinha integral, grãos integrais e oleaginosas, como castanhas e nozes, também podem ajudar nesse estágio.
Outro tipo de TPM é marcado pela compulsão por doces. Nesses casos, os sintomas também variam entre fadiga e dor de cabeça. "Portanto é preciso evitar açúcar, refrigerantes e chocolate, pois essas comidas aumentam a vontade de comer alimentos mais doces", relata. 
O pão integral e a semente de linhaça são os mais indicados para consumir nessa fase. "Eles garantem uma sensação de saciedade por mais tempo. Desta maneira, a mulher demora a sentir fome. E a semente de linhaça também garante mais energia", afirma.
Outra etapa da tensão é marcada pela depressão, insônia e perda de memória. Souza indica evitar gordura animal e bebidas alcoólicas.

A fase de inchaço da TPM é marcada pela retenção de líquidos, mamas doloridas e ganho de peso. "Nesses casos é preciso evitar sal e embutidos que ajudam a reter ainda mais os líquidos. O ideal é optar por alimentos como melancia, melão, tangerina, agua de coco, chuchu, morango e agrião", explica.

                                    Alimentação pode aliviar sintomas dos quatro tipos mais comuns da TPM