sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Atente para sete sinais da depressão

Confundir a doença com tristeza e personalidade mais fechada atrapalha o tratamento

depressão é uma doença que afeta mais de 350 milhões de pessoas de todas as idades, gêneros e etnias, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Embora o risco de ter depressão seja maior entre as pessoas com histórico da doença na família, maus hábitos comportamentais (como dormir pouco e cultivar pensamentos negativos) também podem favorecer uma crise ou agravar ainda mais um quadro já em desenvolvimento.


"Adotar atitudes mais saudáveis protegem seu corpo contra os sintomas da depressão, mas é preciso buscar tratamento depois que a doença se instala", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP. Um dos principais problemas de quem sofre com este doença é acreditar que ele vai desaparecer por conta própria ou assumir que o mal-estar é permanente e faz parte da personalidade. Nada disso: se você apresentar, ao menos, um dos sinais listados a seguir e achar que ele tem prejudicado a sua rotina, aproveite para procurar um especialista.

Mulher dormindo sobre a mesa - Foto Getty Images

Dormir pouco

"A falta do sono é um dos gatilhos para o aparecimento da depressão", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP. Segundo o especialista, o organismo é regido pelo claro e escuro, ou seja, dia e noite. Assim, do ponto de vista biológico, você está programado para a realização de atividades no período diurno e para o repouso no período noturno. "Inverter essa ordem ou reduzir o tempo que deveria ser destinado ao sono provoca desequilíbrios físicos e psicológicos", diz.


Enquanto dorme, o seu corpo libera hormônios, a atividade cerebral sofre alterações e a temperatura varia para permitir um bom desempenho das tarefas ao acordar. Interromper esse ciclo, portanto, pode afetar o metabolismo como um todo e servir de gatilho à depressão. O cuidado especial deve ficar por conta dos mais jovens. "Com uma rotina tão agitada e diante de tantos estímulos, como celular, computador e televisão, o sono tem sido deixado em segundo plano", diz o especialista.

Insônia

Além de favorecer a depressão por privar o corpo do tempo de descanso necessário para a realização de diversos processos fisiológicos, a insônia por si só está ligada a problemas orgânicos ou psíquicos. "As duas principais causas da dificuldade de pegar no sono são produção inadequada de serotonina, substância química que permite a transmissão de informações entre os neurônios, e estresse", diz o psiquiatra Ricardo.

A psiquiatra Eutímia Brandão de Almeida Prado, do Hospital Universitário de Brasília, complementa dizendo ainda que a insônia também é um dos critérios para o diagnóstico da depressão. "As alterações neuroendócrinas que o paciente sofre geralmente afetam sua capacidade de dormir", afirma. O resultado, segundo ela, é um agravamento das alterações de humor.
Mulher preocupada - Foto Getty Images

Sofrimento antecipado

"Sofrer por antecipação pode precipitar um quadro de depressão", afirma a especialista Eutímia. Momentos de ansiedade e de estresse não são restritos a uma ou outra pessoa, mas passar por isso com frequência e cultivar pensamentos pessimistas sobre o futuro pode favorecer o desenvolvimento da doença. Pessoas com essa característica costumam ser insatisfeitas e nem sempre aproveitam plenamente ocasiões de prazer. Enquanto em alguns casos o sofrimento antecipado é decorrente da necessidade de controle sobre o que acontece, típico traço de uma personalidade insegura, em outros ele se torna paralisante, concretizando um problema.
Mulher sem fome - Foto Getty Images

Perda de apetite

Comer não é apenas uma forma de repor as energias perdidas ao longo do dia. "O hábito também está associado à sensação de prazer proporcionada pelo sabor e pela temperatura dos alimentos", afirma o psiquiatra Ricardo. Quem começa a entrar em um quadro depressivo, entretanto, deixa de sentir esse prazer, o que afeta diretamente seu apetite. De acordo com o especialista, são raros os casos em que o paciente passa a sentir mais fome já que a comida não ameniza sua insatisfação.

A psiquiatra Eutímia afirma que isso faz parte de um quatro de anedonia ou incapacidade de sentir prazer. "A perda de apetite é um traço característico, mas a pessoa em depressão não se sente motivada a fazer nada daquilo que fazia anteriormente", explica.
Homem perfeccionista - Foto Getty Images

Perfeccionismo

Querer as coisas do seu jeito e se apegar aos detalhes mais singelos pode não ser problema, mas quando se torna uma compulsão ou obsessão, pode favorecer a depressão. "Uma pessoa escrava do perfeccionismo sofre quando seu planejamento não dá certo ou não fica, no mínimo, de acordo com o esperado", afirma o psiquiatra Ricardo. Segundo ele, a constante frustração de quem estabelece metas mais altas do que pode alcançar não é saudável. "Seja criterioso com o que faz e veja o fracasso como um aprendizado, e não como um problema".
Mulher triste - Foto Getty Images

Variação de humor

"Todos os transtornos depressivos são caracterizados por variações de humor", diz a psiquiatra Eutímia. Na maior parte dos casos, o indivíduo permanece em um estado de tristeza constante, mas, no caso da depressão bipolar, há oscilações entre estados de tristeza e euforia. O diagnóstico de depressão ganha força quando as variações se tornam persistentes e duram mais de 15 dias.

Segundo ela, apenas em uma consulta com um profissional é possível definir se as alterações de humor são normais ou se tornaram uma patologia. "Todos sofremos mudanças de humor ao longo do dia, mas quando isso começa a se tornar um fator limitante, ou seja, começa a impedir a realização das tarefas rotineiras, então o quadro precisa de tratamento", afirma.
Idoso sozinho - Foto Getty Images

Solidão

"A solidão se torna um problema quando repercute no desenvolvimento social ou profissional", afirma a psiquiatra Eutímia. Segundo a especialista, algumas pessoas gostam de ficar sozinhas e conseguem tornar esse momento produtivo, o que não caracteriza problema algum. O quadro muda apenas quando você evita situações por precisar interagir ou achar que a segurança do isolamento é sempre melhor do que a insegurança que ele pode sentir no meio social. O comportamento é uma armadilha para a depressão e precisa de tratamento.

terça-feira, 8 de julho de 2014

O que é Enxaqueca?

Sinônimos: dor de cabeça, cefaleia
A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). A enxaqueca se caracteriza por uma dor pulsátil em um dos lados da cabeça (às vezes dos dois), geralmente acompanhada de fotofobia e fonofobia, náusea e vômito. A duração da crise varia de quatro a 72 horas, podendo ser mais curta em crianças. Segundo o Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e 2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante em pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. A doença ocorre em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros antes da puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase. A enxaqueca pode ser divida entre com aura ou sem aura, e essas em episódica ou crônica. Segundo dados do Ministério da Saúde, 64% do total desses pacientes apresentaram enxaqueca sem aura, 18% com aura e 13% com e sem aura. Os restantes 5% apresentaram aura sem cefaleia.
A enxaqueca crônica se caracteriza por cefaleia em 15 ou mais dias do mês, sendo oito dias com crises típicas de enxaqueca, por mais de três meses, na ausência de abuso de medicamentos.

As causas exatas da enxaqueca são desconhecidas, embora se saiba que elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência genética. A enxaqueca começa quando as células nervosas, já em estado de hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho frequentemente externo, enviando impulsos para os vasos sanguíneos, causando sua constrição ( relacionado a aura) seguida de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas, serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor. O padrão de crise é sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em intensidade. O espaçamento entre crises é variável. Sabe-se também que o gatilho para as crises em enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns a pessoa pode não apresentar nenhum gatilho específico. Os gatilhos de enxaqueca mais comuns são:
  • Estresse
  • Jejum prolongado
  • Dormir mais ou menos do que o de costume
  • Mudanças bruscas de temperatura e umidade
  • Perfumes e outros odores muito fortes
  • Esforço físico
  • Luzes e sons intensos
  • Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos
  • Fatores hormonais: é comum mulheres portadoras de enxaqueca apresentarem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de migrânea é chamado de enxaqueca menstrual. Esse tipo de enxaqueca tende a melhorar espontaneamente na menopausa. Muitas mulheres têm as crises pioradas, ou ate melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso de anticoncepcionais orais
  • Alimentos e bebidas: queijos amarelos envelhecidos, frutas cítricas (principalmente laranja, limão, abacaxi e pêssego), carnes processadas, frituras e gorduras em excesso, chocolates, café, chá e refrigerantes à base de cola, aspartame (adoçante artificial), glutamato monossódico (tipo de sal usado como intensificador de sabor, principalmente em comida chinesa), excesso de álcool.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Nível de triglicérides alto indica risco de derrame na fase pós-menopausa

Um estudo do NYU Langone Medical Center, nos Estados Unidos, mostra que os fatores de risco para derrame tradicionalmente observados - tais como colesterol alto - não são tão precisos para indicar as chances de uma mulher na pós-menopausa sofrer deste mal. Em vez desses marcadores, os médicos sugerem que o foco seja voltado para os níveis de triglicérides, que serão capazes de indicar quais mulheres podem sofrer com um evento cardiovascular. A descoberta foi publicada na versão online do periódico Stroke
Os pesquisadores analisaram dados do estudo Hormones and Biomarkers Predicting Stroke(HaBPS), que conta com a participação de mulheres envolvidas no Women's Health Initiative(WHI). O WHI, por sua vez, é patrocinado pelo National Institutes of Health, e monitora a saúde de mais de 90 mil mulheres na pós-menopausa por mais de 15 anos. O estudo HaBPS é composto pelas primeiras 972 mulheres que sofreram com um acidente vascular encefálico (AVE, também conhecido como AVC) isquêmico enquanto participavam do WHI. Um grupo de controle de mais 972 mulheres que não tiveram derrame também participou da análise. Todas elas doaram amostras de sangue assim que entraram no WHI. 
Depois de observarem as amostras, os pesquisadores descobriram que níveis altos de triglicérides eram significativamente relacionados às chances de essas mulheres terem derrame: aquelas com triglicérides mais alto eram quase duas vezes mais propensas a sofrerem de AVE isquêmico do que aquelas com triglicérides mais baixo. A surpresa se deu pelo fato de que, nessas mulheres na pós-menopausa, os níveis do colesterol LDL e do colesterol total não foram associados ao risco de derrame. 
Os estudiosos ainda não sabem se essa associação entre triglicérides e risco de derrame também vale para o resto da população. Próximos estudos devem investigar se baixar os níveis desse marcador é suficiente para diminuir o risco de AVE. 

Sete dicas para baixar o nível de triglicérides do sangue

Receber o diagnóstico de colesterol alto vira alvo de grande preocupação para muitas pessoas. O mesmo nem sempre acontece com aquelas que descobrem ter alto nível de triglicérides - ou triglicerídeos - no sangue. Menos agressivos, os triglicérides costumam ser ignorados por muitos, mas eles também são perigosos se não controlados: aumentam os riscos de doenças coronarianas e até de desenvolver diabetes. Confira sete dicas que ajudam a controlar a taxa dessa gordura. 

Carboidratos

Os triglicerídeos são originados de duas maneiras: pela ingestão de alimentos ricos em gordura ou pela sintetização de carboidratos no fígado. Dessa forma, uma das primeiras recomendações médicas para baixar o nível de triglicérides é criando uma dieta balanceada e, claro, com baixo teor de carboidratos, aponta o endocrinologista Amélio. Isso inclui massas, frutas e tubérculos, como a batata.

Exercícios

"Excesso de peso é a principal causa de aumento de triglicerídeos no sangue", explica o endocrinologista Amélio Godoy. Por isso, aliar uma dieta equilibrada à prática de exercícios físicos, de preferência aeróbicos, é a melhor maneira de combater o alto nível de triglicérides, uma vez que ele aumenta a queima de gordura corporal. 

Verduras e legumes

Verduras e legumes também não podem faltar no cardápio. "Alguns deles até apresentam uma porcentagem considerável de carboidratos, mas, ainda assim, serão sempre mais bem-vindos do que alimentos processados, como pães e massas', explica o endocrinologista Amélio. 

Álcool

"Bebidas alcoólicas são altamente calóricas, estimulando a produção de triglicerídeos e por isso, devem ser evitadas', aconselha o profissional. Uma latinha de cerveja, por exemplo, tem 147 calorias; uma taça de vinho tinto seco, 107 e uma única dose de uísque, 240 calorias. 

Ômega três

Peixes, como salmão e atum, são alimentos ricos em ácidos graxos ômega 3, uma gordura insaturada, que reduz o nível de triglicérides do sangue. Assim, seu consumo sempre deve ser priorizado quando a outra opção for uma carne vermelha. Lembre-se, apenas, de preparar o peixe de forma que ele fique com baixo teor de gordura, sendo a melhor alternativa grelhá-lo. 

Açúcar

Outro alimento que deverá ser controlado são os doces, já que o açúcar é um tipo de carboidrato. No organismo, ele é quebrado e transformado em partículas menores que serão absorvidas. O problema é que essa absorção estimula a produção de triglicerídeos pelo fígado. Além disso, há um depósito dessa gordura no pâncreas que atrapalha o funcionamento das células de insulina, fazendo com que a taxa de glicose no sangue também aumente. 

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Siga as dicas que combatem a insônia e ajudam a dormir melhor

Evitar álcool, escolher um bom colchão e associar a cama ao sono são alguns dos segredos


Dormir é relaxante e ainda faz bem para a saúde. Tem coisa melhor? Tem sim, saber que ele ainda ajuda a viver mais. Um estudo realizado pela American Academy of Sleep Medicine provou que dormir bem é um dos segredos para a longevidade. A partir da análise de 2.800 pessoas, os resultados mostraram que cerca de 65% das pessoas relataram que sua qualidade de sono foi boa ou muito boa e o tempo médio diário de sono foi 7,5 horas, incluindo cochilos.

Porém, para algumas pessoas, uma boa noite de sono não é conquistada tão facilmente. A insônia pode ser decorrente de problemas de saúde. "O problema pode ser decorrente de transtorno ansioso, quadro depressivo, problemas neurológicos como a síndrome das pernas inquietas, apneia do sono ou mesmo um transtorno chamado de movimentos periódicos do sono, entre outros", enumera Stella Tavares, neurofisiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Mas, antes de pensar que o problema é de saúde, vale cogitar: será que você está tendo hábitos saudáveis antes de dormir? "Alguns costumes como uso excessivo de computadores, alimentação pesada antes de dormir e situações de tensão podem sim prejudicar o sono", lista Daniel Inoue, médico especialista em Medicina do Sono do Hospital Santa Cruz de São Paulo. Para resolver o problema nesses casos, listamos alguns cuidados que podem ajudar a melhorar a qualidade do seu sono. Mas se nada disso funcionar, vale então procurar um médico.

Travesseiro - Getty Images

Escolha o melhor travesseiro

Ao pensar em um bom travesseiro, é importante sempre levar em conta a posição em que você dorme. "Ao deitar-se de lado, é importante que ele seja mais alto, para que o pescoço fique alinhado com resto da coluna. Agora, se você deita de barriga para cima, o ideal é usar um travesseiro mais baixo, para que a cabeça não fique muito acima", considera o ortopedista Cássio Trevizani, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Agora, se sua posição favorita é de bruços, o ideal é não usar travesseiro nenhum.

Porém, essas regras se invalidam caso você tenha algum problema específico de saúde. "No caso de doenças associadas como o refluxo gastroesofágico e também algumas cardiopatias, a recomendação por travesseiros mais altos é feita", recomenda Daniel Inoue, médico especialista em Medicina do Sono do Hospital Santa Cruz de São Paulo. 

Quanto ao material, vale escolher o que você preferir. Alguns conservam suas características por mais tempo, como o de viscoelástico, por exemplo. Mesmo assim, sempre que você perceber que o travesseiro está ficando mais baixo, o ideal é comprar outro. "A troca deve ser feita quando apresentarem deformidades ou algum tipo de incômodo para a pessoa dormir", alerta Inou 

Colchão sem pressão - Getty Images

Colchão também é importante

Tão essencial quanto o apoio para a cabeça é a base em que ficará o resto do corpo. Por isso mesmo o colchão é um item fundamental para um sono de qualidade. "É sempre importante pensar que a sua coluna deve estar alinhada ao se deitar", pondera o ortopedista Trevizani. "Do ponto de vista prático, existem os modelos ortopédicos, com maior resistência e densidade, que normalmente são feitos com molas e com espuma de viscosidade mais alta", finaliza.

A regra principal, no entanto, é que ele seja confortável e que ao acordar você não sinta dores no corpo. E se com o tempo você começar a acordar com desconfortos, talvez já seja hora de trocar.
Moça abrindo as cortinas de manhã - Foto: Getty Images

O valor de uma boa cortina

Ter uma cortina de boa qualidade pode não parecer, mas é tão importante quanto o colchão e o travesseiro. Isso porque a iluminação está diretamente relacionada com o sono, já que tudo isso é regido pelo ciclo circadiano, que leva em conta, entre outros fatores, o dia e a noite. "Um dos hormônios ligado ao sono é a melatonina, e ela é melhor produzida quando estamos no escuro. A luminosidade alta interfere em sua liberação", ensina enumera Stella Tavares, neurofisiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

De acordo com a especialista, você pode até ter uma pequena luminosidade no quarto, até porque algumas pessoas não conseguem dormir sem ela. Mas quando a luz fica muito forte, o corpo sente como se não fosse o momento certo de adormecer. Além disso, a luz que entra de manhã pela janela favorece o despertar. Portanto, vale a pena ficar com as cortinas fechadas se você quer dormir um pouco mais.
Moça dormindo - Getty Images

Associe a cama ao sono

Usar a cama para outras atividades que não seja um belo cochilo podem piorar suas crises de insônia. "A cama deve ser restrita ao sono e as atividades sexuais", ressalta o médico do sono Inoue. Isso porque, quando seu cérebro entende que a cama é um local de dormir, fica mais fácil fazer com que o sono venha. Agora, se você costuma comer, usar o computador ou mesmo ler um livro na cama, a sonolência pode ser tornar mais difícil.
Homem com televisão no quarto - Foto: Getty Images

Cuidado com eletrônicos no quarto

Isso vale para o uso de objetos eletrônicos no quarto, que são muito estimulantes. "Assistir filmes de ação, navegar pela internet, utilizar redes sociais ou mesmo jogos online, podem aumentar o grau de excitação e isso pode ser prejudicial ao sono", considera Inoue. O ideal é que uma hora antes de dormir você se desconecte um pouco e relaxe. Para esse momento, vale diminuir a intensidade da luz, colocar uma música relaxante ou fazer uma leitura tranquila, nada que desperte muito a sua mente. 
Casal brigando antes de dormir - Foto: Getty Images

Evite brigas no quarto

Não adianta limpar o ambiente apenas dos estímulos tecnológicos. Evitar brigas, estresse e discussões de problemas no quarto também é muito importante. "Em situações de tensão, encontramos aumento das catecolaminas, que são substâncias responsáveis pela excitação e responsáveis pelo aumento do nível de atenção", explica o médico do sono Inoue. Portanto, isso só vai dificultar que seu cérebro relaxe até o estado de subconsciência. 
Homem dormindo tranquilamente - Getty Images

Reduza a ansiedade

Quando a insônia bater por ansiedade, você pode usar algumas técnicas para reduzi-las. Experimente algo que você sabe que costuma relaxar vocês. Por exemplo, para pessoas mais tranquilas e que já tenham feito ioga, por exemplo, experimentar uma mentalização pode ser uma boa pedida. "Mas se você não está acostumado, isso pode piorar sua ansiedade em querer dormir logo", considera a neurofisiologista Stella. Melhorar a respiração, fazendo exercícios de inspirar e expirar lentamente, também pode ser uma boa pedida, mas treine fazer isso acordado!
Chá - Getty Images

Bebidas que ajudam

O conselho da vovó de beber um chá pode muito bem estar certo. "Chás calmantes como a camomila, erva doce e cidreira contribuem para dormir melhor, pois ajudam no relaxamento", considera o médico do sono Daniel Inoue. O leite morno pode ser uma pedida também, por conter triptofano, um aminoácido precursor da serotonina, mesmo que em quantidades pequenas. Uma boa dica para potencializar essas bebidas é incluir o mel. Alguns tipos desse doce, como o silvestre, o de flor de laranjeira e o assa-peixe tem propriedades calmantes e ajudam corpo e mente a relaxarem, de acordo com a nutricionista Thais Souza, da Rede Mundo Verde.
Cuidado com o álcool - Getty Images

Cuidado com o álcool

Mas uma bebida que você com certeza deve passar longe é o álcool. Apesar de ele também ser um relaxante, a qualidade do seu sono ao beber uma cerveja, vinho ou destilado não será das melhores. "Como ele relaxa a musculatura toda, inclusive do pescoço, ele deixa a via aérea aberta, o que favorece a apneia do sono, fazendo com que a pessoa durma de forma irregular ao longo da noite", explica Stella Tavares. Por isso que quando você bebe pode inclusive roncar mais!
Moça correndo - Foto: Getty Images

Exercícios na hora certa

Além da luz, a temperatura corporal também ajuda a regular o sono: quando ela cai, ficamos mais sonolentos. Porém, quando fazemos atividades físicas, a tendência é que fiquemos mais quentes. "O ideal é não fazer exercícios à noite, pois isso acaba atrapalhando o sono", estatiza Stella. Mas, caso seja o único horário que você tem, o melhor é deixar para deitar-se até três horas depois. 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Idosos que comem peixes têm maior expectativa de vida

Estudo mostra que ômega 3 também reduz risco de morte por doenças cardíacas.


Uma pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que pessoas com mais de 65 anos que têm o hábito de comer peixes ricos em ômega 3, têm menor risco de morrer por doenças cardiovasculares e por qualquer outra causa de morte, melhorando sua expectativa de vida. O trabalho foi publicado dia 01 de Abril no periódico Annals of Internal Medicine.

Os autores avaliaram dados de 2.700 americanos com 65 anos ou mais, colhidos ao longo de 16 anos. Nenhum participante do estudo fazia uso de suplementos de óleo de peixe. Segundo os resultados, as pessoas com os maiores níveis de ácidos graxos ômega 3 no organismo apresentaram um risco 27% menor de morrer por qualquer causa durante o período da pesquisa, se comparados com quem apresentava os níveis mais baixos do nutriente. São aproximadamente 2,2 anos a mais de vida do que aqueles que não consomem o nutriente. Essas pessoas também tiveram uma chance 35% menor de morrer por doenças cardiovasculares no geral - benefício já conhecido do ômega 3. 

Após ajustes como estilo de vida, risco cardiovascular e outros hábitos alimentares, eles descobriram que três ácidos graxos ômega 3 específicos - os ácidos docosa-hexaenoico, eicosapentaenoico e docosapentaenoico - foram associados a um risco significativamente menor de mortalidade, se presentes no sangue de forma individual ou combinada. O docosahexanoico (DHA) foi mais fortemente relacionado ao menor risco de morte por doença cardíaca coronária (40%) ou manifestação de arritmia cardíaca (45%). O ácido eicosapentaenoico (EPA) foi ligado a um menor risco de ataque cardíaco não fatal, e o ácido docosapentaenoico (DPA) foi mais associado a um menor risco de morte pode AVC. Para saber se você está com os níveis corretos desse nutrientes, procure um médico nutrólogo e solicite exames.

Os estudiosos declaram que, embora diversos estudos já tenham associado o ômega 3 a uma melhor saúde cardíaca, esse é o primeiro estudo que faz uma relação entre os níveis do nutriente no sangue à mortalidade por qualquer causa. Para obter tais benefícios, eles recomendam a ingestão de cerca de duas porções de peixes ricos em ácidos graxos - como salmão, atum e sardinha - por semana.

Benefícios para a saúde cardiovascular
Os ácidos graxos ômega 3 possuem propriedades anti-inflamatórias, antitrombóticas, antirreumáticas e reduzem a concentração dos lipídeos do sangue, favorecendo a vasodilatação. O ômega-3 é capaz de evitar a formação das placas de gordura na parede das artérias e garantir a flexibilidade dos vasos sanguíneos, afastando o risco de doenças como infarto, hipertensão, aterosclerose e derrames. Além disso, esses ácidos graxos modificam a composição química do sangue, provocando o aumento dos níveis do HDL (colesterol bom) e a diminuição dos níveis de LDL (colesterol ruim). Ele também consegue reduzir os níveis de triglicerídeos do sangue. "O organismo também utiliza o ômega 3 para produzir prostaglandinas, substâncias químicas que têm participação em muitos processos, inclusive no combate às inflamações dos vasos sanguíneos", explica a nutricionista Fabiana Honda, de São Paulo.

Prepare peixes de forma saudável
Campeões em disparada quando o assunto é ômega 3 e outras gorduras benéficas à saúde, os peixes não podem faltar no prato de quem procura manter uma alimentação saudável. "Eles são excelentes para prevenir doenças cardiovasculares e estimular o cérebro a funcionar melhor", conta a nutricionista Flávia Ferazzo, de Goiânia. Os peixes são muito versáteis e podem ser preparados de diversas formas, agradando quase todos os paladares. Contudo, é preciso ter cuidado - algumas preparações são mais calóricas e podem colocar a sua dieta em risco. Confira as dicas das nutricionistas e veja como deixar o seu peixe mais saudável: 

peixe cozido - Foto Getty Images
Cozido 

Essa é uma das melhores maneiras de preparar o peixe, pois não acrescenta gorduras ao prato. No entanto, os alimentos cozidos perdem as vitaminas C e do Complexo B, que se dissolvem na água. Para reduzir essa perda, a nutricionista Flávia sugere utilizar pouca água no cozimento e esperar ferver para adicionar o alimento. "Também é possível reaproveitar essa água vitaminada do cozimento para fazer arroz, feijão, macarrão ou sopas", diz a nutricionista. Outra opção é cozinhar o peixe no vapor, pois o método conserva os nutrientes e preserva cor, aroma e textura natural do alimento. 

Os peixes mais indicados para o cozimento são tainha, truta, namorado, cação, badejo, bacalhau, pescada, linguado, salmão, robalo, merluza, cambucu e San Piter. Para cozer no vapor, use estes temperos: limão, sal, pimenta dedo de moça ou grão preta, salsa e alho poró.  

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Insônia, cansaço extremo e inchaço podem indicar problemas na tireoide

Apesar de ser pequena, a glândula da tireoide é um órgão essencial para o bom funcionamento do nosso organismo. Nela são produzidos os hormônios T3 e T4, responsáveis por manter nossas células dentro dos eixos e acompanhar todas as funções do corpo. E é por isso que os problemas da tireoide - como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo - causam sintomas em diferentes órgãos. Segundo dados do Instituto da Tireoide, 15% da população acima de 45 anos sofre de problemas na tireoide. Mais comum no sexo feminino, os problemas da tireoide afetam cerca de 10% das mulheres acima de 40 anos e em torno de 20% das que têm mais de 60 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Além disso, a sociedade estima que 60% da população brasileira terá nódulos na tireoide em algum momento da vida, sendo que apenas 5% deles são cancerosos. Por seus diferentes sintomas, é comum que pessoas com problemas na tireoide suspeitem de outras doenças, demorando a pesquisar o problema corretamente. Confira as explicações dos especialistas e entenda os sinais que o corpo manda, dizendo que sua tireoide não está bem: 

mulher deitada na cama - Foto: Getty Images

Falta ou excesso de energia

Os hormônios da tireoide são responsáveis pelo nosso metabolismo basal - eles estimulam nossas células a trabalharem e garantem que tudo funcione corretamente em nosso corpo. Quando produzimos esses hormônios em excesso (hipertireoidismo), o metabolismo passará a funcionar de forma acelerada. É como se fossemos uma máquina a vapor que está recebendo mais carvão que o normal, passando a trabalhar rapidamente. "Isso deixará o paciente muito agitado e com episódios frequentes de insônia, já que seu metabolismo estará constantemente acelerado, causando essa disposição constante", diz o endocrinologista Mauro Scharf, do Laboratório Exame, em Brasília. "Quando a tireoide não está produzindo quantidade suficiente de hormônios (hipotireoidismo), o metabolismo fica mais lento, e como resultado temos o cansaço excessivo, com o paciente dormindo mais do que o normal."  
homem com calor - Foto: Getty Images

Percepção de calor e frio alterada

Quando sentimos frio, nosso cérebro estimula a liberação dos hormônios da tireoide, justamente para que o metabolismo se acelere e o corpo, por consequência, fique mais quente. E esse processo também pode acontecer no sentido inverso: "no hipotireoidismo é comum que a pessoa tenha mais frio que o normal e no hipertireoidismo sofra mais com o calor, justamente porque seus metabolismos estão lento ou acelerado demais, ficando constantemente com a temperatura corporal mais baixa ou alta", afirma a endocrinologista Gisah Amaral de Carvalho, vice-presidente do departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia regional do Paraná. 

Problemas intestinais

O funcionamento correto do metabolismo também interfere na eficiência de nosso trânsito intestinal - e os hormônios da tireoide não poderiam ficar de fora. "Uma pessoa com hipotireoidismo fica com o intestino mais lento, e portanto é comum a prisão de ventre", afirma o endocrinologista Mauro. "No caso do hipertireoidismo, há um aumento do trânsito intestinal devido ao rápido funcionamento do metabolismo, levando a um maior número de evacuações e até mesmo diarreia", completa Gisah Amaral de Carvalho. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Hipertireoidismo: tratamento depende da gravidade da doença.

foto especialistaDanilo Höfling

Endocrinologia

O hipertireoidismo é causado pela produção excessiva de hormônios tireóideos (T3 e T4) resultante do aumento da função da própria glândula, ao passo que a tireotoxicose é um termo mais amplo, que se refere a qualquer condição na qual há de excesso desses hormônios.
 Várias doenças da glândula tireoide podem levar ao aumento da produção dos hormônios tireóideos, mas é importante mencionar que nem sempre o problema está na tireoide (Quadro 1).
 A causa mais comum de hipertireoidismo é a doença de Graves, que ocorre quando o organismo produz anticorpos que estimulam o funcionamento da glândula. Pode ser decorrente, também, de um ou mais nódulos tireóideos que fabricam hormônios tireóideos em excesso (bócio uni ou multinodular tóxico, respectivamente) ou de processos inflamatórios da tireoide, tais como, a tireoidite de Hashimoto ou a tireoidite pós-parto. Há varias outras causas, incluindo as mais raras, entre elas, um tumor na hipófise capaz de produzir grandes quantidades do hormônio estimulador da tireoide (TSH) ou um tipo específico de tumor de ovário, denominado struma ovarii.
 O hipertireoidismo pode resultar ainda de ingestão excessiva de iodo ou de substâncias com alta concentração de iodo, como alguns comprimidos de alga, expectorantes e do medicamento amiodarona (frequentemente usado para no tratamento de arritmia cardíaca).
 Uma causa importante de tireotoxicose é a ingestão de hormônios tireóideos na tentativa de diminuição de peso corporal. Neste último caso, a situação pode ser particularmente prejudicial, já que além de haver grande perda de tecido muscular, a ingestão de dose elevadas de hormônios tireóideos pode ser potencialmente fatal.
Quando o hipertireoidismo é leve, denominado subclínico, o indivíduo geralmente não tem sintomas e, quando tem, eles são de pequena intensidade. Por outro lado, quando o hipertireoidismo é mais intenso (hipertireoidismo franco), vários sinais e sintomas estão presentes. Neste caso, sem dúvida, a pessoa necessita de tratamento, mesmo porque o hipertireoidismo pode ser grave o bastante para colocar em risco a vida do indivíduo. Contudo, no caso do hipertireoidismo subclínico a necessidade de tratamento é discutível. A decisão de tratar o hipertireoidismo subclínico deve ser tomada pelo endocrinologista levando em consideração todos os riscos e benefícios envolvidos para cada um dos pacientes.
Visto que a tireotoxicose pode ocorrer por motivos diversos (Quadro 1), as estratégias terapêuticas serão escolhidas de acordo com a causa do problema de cada indivíduo.

Além da causa do hipertireoidismo, vários outros fatores devem ser avaliados para a escolha do tratamento mais adequado, tais como a gravidade da doença, a presença de outras doenças que possam interferir no tratamento, a presença de gestação, a idade, etc.No caso da ingestão intencional de hormônios tireóideos para redução de peso, por exemplo, a simples suspensão corrige a tireotoxicose. No caso da doença de Graves, três tipos de tratamento estão disponíveis: os medicamentos antitireóideos, a cirurgia e a ingestão de iodo radioativo. Para os nódulos produtores de hormônios tireóideos, além dessas três modalidades terapêuticas, pode-se realizar a sua destruição com LASER, radiofrequência e etanol. As pessoas que tem Tireoidite de Hashimoto e tireoidite pós-parto são tratadas com os medicamentos antitireóideos, porquanto o hipertireoidismo é transitório.

 Assim, é evidente que o diagnóstico e o tratamento da doença são complexos. Neste caso, a experiência do endocrinologista será imprescindível para a escolha da estratégia terapêutica mais adequada.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Antioxidantes reduzem o risco de câncer

Eles também diminuem as chances de doenças cerebrais degenerativas e do envelhecimento celular.

foto especialista
Roberto Navarro
Nutrologia

Toda vez que nós inalamos o oxigênio presente no ar que respiramos, ele faz o seguinte trajeto: penetra pelos nossos pulmões e, através do sangue, chega até o interior de nossas células. O que acontece com esse oxigênio a partir daí? Bem, este oxigênio é utilizado para a respiração celular, isto mesmo, nossas células também "respiram", seus "pulmões" são chamados de mitocôndrias, e graças à isto nós conseguimos produzir energia e sobreviver na natureza. Por isso, somos chamados de seres aeróbicos e só continuamos vivos pela presença do oxigênio em nossas células. 
Porém, após este processo de respiração celular ocorrer, aproximadamente 2% deste oxigênio é transformado em um grupo de substâncias chamado de espécies reativas tóxicas do oxigênio, também conhecidas como radicais livres. Como o próprio nome sugere, elas podem "intoxicar" nossas células? Infelizmente sim, pois estes radicais livres podem atacar as membranas das células e causar um estrago chamado de peroxidação lipídica que eu compararia a "enferrujar" (oxidar) as células, prejudicando o funcionamento delas. Mas, fique calmo, pois como diz o ditado, Deus dá o frio conforme o cobertor. 
Dentro das nossas células também temos a capacidade de produzir um antídoto para anular os efeitos danosos destes famigerados radicais livres. Estes heróis que nos protegem são chamados de enzimas antioxidantes que anulam os efeitos destes vilões. Mas, a matéria prima que nossas células necessitam para a produção destas enzimas protetoras são alguns nutrientes específicos, sendo eles: vitamina C, vitamina E, selênio, manganês, cobre, zinco, riboflavina, betacaroteno, compostos bioativos (polifenóis, flavonóides, carotenóides, glicosinolatos) e outros menos importantes. O que pode ocorrer se houver um desequilíbrio entre a produção exagerada de radicais livres e uma produção menor de enzimas antioxidantes?  
A preocupação da ciência com esta possibilidade é tão grande que surgiu uma área de estudo específica para compreender melhor este tema, chamada de Oxidologia, que estuda as causas e os efeitos da "oxidação" excessiva das nossas células (tecnicamente conhecido como stress oxidativo) e suas repercussões na saúde humana. E sabe quais as conclusões ? Vamos enumerá-las abaixo: 
  • Aceleração da velocidade de envelhecimento celular.
  • Ataque ao DNA das células levando ao risco aumentado de câncer.
  • Oxidação excessiva do colesterol, que, quando oxidado, aumenta a chance de entupir nossos vasos sanguíneos e aumentar a incidência de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e derrames cerebrais.
  • Degeneração de uma região do globo ocular chamada de mácula, aumentando o risco de perda da visão progressiva, mais comum em idosos (Degeneração Macular).
  • Oxidação excessiva dos neurônios podendo aumentar o risco de doenças degenerativas cerebrais como Alzheimer e Parkinson.
Sem querer ser alarmista vou jogar mais uma lenha nesta fogueira: não só o oxigênio que entra nas nossas células leva a produção dos radicais livres. Outros fatores também podem elevar a produção dos mesmos, de maneira secundária: irradiações ionizantes, infecções, diabetes descompensado, Síndrome Metabólica, intoxicações por metais tóxicos (chumbo, alumínio, mercúrio, arsênico, cádmio, etc), agrotóxicos, tabagismo, excesso de atividade física, alimentação excessiva em gorduras (inclusive a trans) e açucares simples. 
Fica a questão: se eu me exponho à um somatório de vários fatores desencadeadores da elevação dos radicais livres dentro do meu organismo como me defender dos estragos do seus excessos? Obviamente aumentando a oferta de matéria prima para que nossas células aumentem a produção das enzimas antioxidantes (os heróis citados acima no texto) e temos então uma chance de diminuir o stress oxidativo que tanto nos deixa vulneráveis. Aonde encontrá-las? Veja como é fácil: 
  • Vitamina C: laranja, limão, tangerina, acerola, goiaba, kiwi, camu-camu.
  • Vitamina E: óleos vegetais (azeite extra virgem, canola, linhaça, entre outros), gérmen de trigo, abacate, óleos de peixe, gema de ovo.
  • Selênio: oleaginosas (castanhas, amêndoas, avelãs, amendoins), peixes como salmão.
  • Manganês: cereais integrais, legumes, castanhas.
  • Zinco: carnes magras, aves e peixes, ostras, iogurtes desnatados, cereais integrais, germe de trigo.
  • Cobre: nozes, frutas secas, cereais, leguminosas (ervilha, soja, grão-de-bico, feijões, lentilhas)
  • Betacarotenos: cenoura, tomate, manga, abóbora, gema de ovo.
  • Compostos bioativos: alface, agrião, rúcula, couve, espinafre, berinjela, mirtilo, uva rôxa, cenoura, tomate, cúrcuma, chá verde, brócolis, alho, alho-poró, cebola, cogumelos comestíveis, maçã (com casca), pó de cacau, acelga, beterraba, salsinha, pimentão vermelho, couve-flor, entre outros.

Fica também um alerta: doses altas de antioxidantes podem fazer efeito contrário, ou seja, se tornam pró-oxidantes, e o tiro sai pela culatra. Se entupir de cápsulas de vitaminas e minerais em doses altas acreditando ficar protegido pode ser uma grande ilusão e piorar sua saúde. Temos os alimentos corretos. Basta saber utilizá-los a nosso favor. Qual o ponto de equilíbrio? Evite os fatores (modificáveis) que desencadeiam o aumento do stress oxidativo (vide acima) e tenha uma alimentação adequada em antioxidantes. Faça atividade física leve a moderada regularmente, sob supervisão profissional e visite seu médico periodicamente para avaliar sua saúde e fazer exames de rotina. Essas medidas costumam ser infalíveis, sendo a prevenção ainda o melhor remédio. Siga a dieta do bom senso. 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Trombose e cicatrização

Claro que ninguém quer se machucar, porém, quem toma medicamento para prevenir trombose venosa profunda (TVP) costuma ter arrepios só de pensar em sofrer um corte, arranhão ou qualquer outro acidente. Se esse é o seu caso, saiba que não há motivo para ficar assim. “É fato que a medicação usada diminui a possibilidade de os coágulos se formarem dentro da veia, os chamados trombos. Mas, diante de um ferimento, o máximo que pode acontecer é a pessoa sangrar um pouco mais do que o normal, situação que é contida rapidamente se ela fizer uma boa compressão no local. E quanto à cicatrização, ela vai acontecer sem qualquer dificuldade se depois que o sangramento parar a região for limpa e receber um curativo”, afirma o cirurgião vascular Dr. Bruno de Lima Naves, diretor da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).


Ajuda especializada

Segundo o especialista, a dificuldade de uma ferida fechar acontece quando o sangue não consegue chegar bem até o local da lesão, o que geralmente ocorre em quem tem diabetes, uma circulação sanguínea complicada ou quando a trombose venosa é extensa e produz um inchaço muito grande. “Diante disso, é essencial procurar ajuda especializada o quanto antes”, completa o médico.

sábado, 31 de maio de 2014

Diabetes em crianças x novos hábitos

O diagnóstico de diabetes em uma criança pode se tornar um fator de agregação da família dependendo da forma como ela lida com a nova condição, acredita a psicóloga Kátia Tarnapolsky Markenson, especializada em terapia familiar.

O processo de aceitação pode ser difícil para a criança com diabetes e, algumas vezes, ainda mais complicado para a família, que também é impactada pelas mudanças decorrentes da situação. “A criança está crescendo e, conforme a faixa etária, está adquirindo autonomia e o diabetes chega como um veículo que vem na contramão, exigindo muita atenção”,diz a psicóloga.


No caso do diabetes, Kátia considera que o fato de muitas vezes o diagnóstico chegar inesperadamente e a necessidade de mudar os hábitos da criança e da família da noite para o dia tornam o processo de aceitação ainda mais gradual. “Algumas mudanças podem ser necessárias de imediato, como o controle glicêmico ou o uso de medicamentos, deixando pouco espaço e tempo para muitas negociações. Outras podem ser feitas com a participação da criança e da família, como a elaboração de um novo cardápio e a construção de novos hábitos alimentares” explica a terapeuta.

Tornar mais tranquila essa fase inicial de adaptação depende também de como a família consegue reajustar ou construir novos padrões de interação entre seus membros. Ela defende a ideia de que, passados os primeiros momentos, o caminho  mais confortável é que todos os membros da família consigam  reconhecer  estar vivenciando uma grande modificação em sua rotina, ajudando um  ao outro na adaptação  a uma realidade nova. A criança passa a precisar de alguns cuidados e ter necessidades diferentes, e a colaboração e a participação da família são fundamentais. 

Segundo Kátia, não é necessário que os novos hábitos sejam estendidos aos demais membros da família. “Participar e apoiar não significa eliminar as diferenças entre irmãos,  pois as necessidades  são distintas.”

“No início a preocupação da família com o controle e a proteção à criança podem ficar exagerados. No entanto, o natural é que com maior conhecimento e domínio da nova situação, bem como o suporte médico adequado, as famílias se reorganizem, absorvendo a novidade sem maiores conflitos”, conclui a terapeuta.

domingo, 25 de maio de 2014

Cuidado com os excessos



Higiene íntima é fundamental, faz bem à saúde, é agradável, nos transmite segurança e frescor. Mas, como tudo na vida, quando em excesso pode fazer mal. O ginecologista e diretor científico da Sogesp Dr. Paulo César Giraldo explica que a higiene íntima deve ser adequada, sem pecar pelo excesso nem pela falta. “Se a mulher não fizer uma higiene adequada haverá acúmulo de células mortas, bactérias, resíduos de urina, e tudo isso irrita a região genital. Por outro lado, a higiene excessiva promove o ressecamento e a formação de fissuras”, diz Giraldo.


Hora do banho

O banho é um momento de carinho consigo mesma, de cuidado. Esse cuidado se estende à nossa região íntima e começa já na escolha do sabonete. “A vulva tem um pH ácido e é colonizada por lactobacilos, bactérias que formam uma barreira contra micro-organismos prejudiciais”, descreve o ginecologista. Pra preservar essa proteção natural, o ideal é utilizar um sabonete íntimo com pH adequado. “Se a mulher usar um sabonete bactericida, com pH alcalino ou um sabonete com muita ação detergente, vai perder a proteção natural da pele”, explica Paulo.
Nada de duchas vaginais, elas só podem ser feitas em alguns casos, quando seu médico prescrever. Agora, na região externa, pode caprichar. Lave cuidadosamente cada dobrinha. "O foco da limpeza deve se resumir ao monte púbico, à pele da vulva, à raiz das coxas, à região perianal — entre a vulva e o ânus — e ao interior dos grandes e dos pequenos lábios", ensina Paulo Giraldo. 

Não precisa ser uma lavagem a jato. “O tempo ideal fica entre 2 a 3minutos”, explica o ginecologista. Menos de 2 minutos é pouco para acessar todas as dobras, mas não ultrapasse os 3 minutos. Cuidado também com a temperatura da água. Água muito quente resseca e traumatiza a pele delicada da região. “O excesso prejudicial na higiene pode estar relacionado com muito tempo, muito trauma, produtos com muita ação detergente ou com pH alcalino”, diz o especialista.

Seque bem a região com uma toalha macia. O excesso de umidade por tempo prolongado também não faz bem.

Após transpiração intensa e exercícios físicos, também é recomendada a higienização. Se não for possível o banho no decorrer do dia, você pode lançar mão dos lenços umedecidos.

Cuide-se bem

O Dr. Paulo Giraldo nos dá mais algumas dicas para manter a região íntima saudável:

Cuidado com o papel higiênico. Escolha os mais macios, aqueles muito secos podem traumatizar a região.

Atenção à depilação. O ideal é aparar os pelos para não haver acúmulo de resíduos. 

Evite usar calcinha ou calça muito apertadas, pois dificultam a oxigenação no local.

O uso de protetores diários de calcinha pode ser interessante, mas escolha a versão respirável, sem plástico embaixo.