terça-feira, 24 de junho de 2014

Idosos que comem peixes têm maior expectativa de vida

Estudo mostra que ômega 3 também reduz risco de morte por doenças cardíacas.


Uma pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que pessoas com mais de 65 anos que têm o hábito de comer peixes ricos em ômega 3, têm menor risco de morrer por doenças cardiovasculares e por qualquer outra causa de morte, melhorando sua expectativa de vida. O trabalho foi publicado dia 01 de Abril no periódico Annals of Internal Medicine.

Os autores avaliaram dados de 2.700 americanos com 65 anos ou mais, colhidos ao longo de 16 anos. Nenhum participante do estudo fazia uso de suplementos de óleo de peixe. Segundo os resultados, as pessoas com os maiores níveis de ácidos graxos ômega 3 no organismo apresentaram um risco 27% menor de morrer por qualquer causa durante o período da pesquisa, se comparados com quem apresentava os níveis mais baixos do nutriente. São aproximadamente 2,2 anos a mais de vida do que aqueles que não consomem o nutriente. Essas pessoas também tiveram uma chance 35% menor de morrer por doenças cardiovasculares no geral - benefício já conhecido do ômega 3. 

Após ajustes como estilo de vida, risco cardiovascular e outros hábitos alimentares, eles descobriram que três ácidos graxos ômega 3 específicos - os ácidos docosa-hexaenoico, eicosapentaenoico e docosapentaenoico - foram associados a um risco significativamente menor de mortalidade, se presentes no sangue de forma individual ou combinada. O docosahexanoico (DHA) foi mais fortemente relacionado ao menor risco de morte por doença cardíaca coronária (40%) ou manifestação de arritmia cardíaca (45%). O ácido eicosapentaenoico (EPA) foi ligado a um menor risco de ataque cardíaco não fatal, e o ácido docosapentaenoico (DPA) foi mais associado a um menor risco de morte pode AVC. Para saber se você está com os níveis corretos desse nutrientes, procure um médico nutrólogo e solicite exames.

Os estudiosos declaram que, embora diversos estudos já tenham associado o ômega 3 a uma melhor saúde cardíaca, esse é o primeiro estudo que faz uma relação entre os níveis do nutriente no sangue à mortalidade por qualquer causa. Para obter tais benefícios, eles recomendam a ingestão de cerca de duas porções de peixes ricos em ácidos graxos - como salmão, atum e sardinha - por semana.

Benefícios para a saúde cardiovascular
Os ácidos graxos ômega 3 possuem propriedades anti-inflamatórias, antitrombóticas, antirreumáticas e reduzem a concentração dos lipídeos do sangue, favorecendo a vasodilatação. O ômega-3 é capaz de evitar a formação das placas de gordura na parede das artérias e garantir a flexibilidade dos vasos sanguíneos, afastando o risco de doenças como infarto, hipertensão, aterosclerose e derrames. Além disso, esses ácidos graxos modificam a composição química do sangue, provocando o aumento dos níveis do HDL (colesterol bom) e a diminuição dos níveis de LDL (colesterol ruim). Ele também consegue reduzir os níveis de triglicerídeos do sangue. "O organismo também utiliza o ômega 3 para produzir prostaglandinas, substâncias químicas que têm participação em muitos processos, inclusive no combate às inflamações dos vasos sanguíneos", explica a nutricionista Fabiana Honda, de São Paulo.

Prepare peixes de forma saudável
Campeões em disparada quando o assunto é ômega 3 e outras gorduras benéficas à saúde, os peixes não podem faltar no prato de quem procura manter uma alimentação saudável. "Eles são excelentes para prevenir doenças cardiovasculares e estimular o cérebro a funcionar melhor", conta a nutricionista Flávia Ferazzo, de Goiânia. Os peixes são muito versáteis e podem ser preparados de diversas formas, agradando quase todos os paladares. Contudo, é preciso ter cuidado - algumas preparações são mais calóricas e podem colocar a sua dieta em risco. Confira as dicas das nutricionistas e veja como deixar o seu peixe mais saudável: 

peixe cozido - Foto Getty Images
Cozido 

Essa é uma das melhores maneiras de preparar o peixe, pois não acrescenta gorduras ao prato. No entanto, os alimentos cozidos perdem as vitaminas C e do Complexo B, que se dissolvem na água. Para reduzir essa perda, a nutricionista Flávia sugere utilizar pouca água no cozimento e esperar ferver para adicionar o alimento. "Também é possível reaproveitar essa água vitaminada do cozimento para fazer arroz, feijão, macarrão ou sopas", diz a nutricionista. Outra opção é cozinhar o peixe no vapor, pois o método conserva os nutrientes e preserva cor, aroma e textura natural do alimento. 

Os peixes mais indicados para o cozimento são tainha, truta, namorado, cação, badejo, bacalhau, pescada, linguado, salmão, robalo, merluza, cambucu e San Piter. Para cozer no vapor, use estes temperos: limão, sal, pimenta dedo de moça ou grão preta, salsa e alho poró.  

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